domingo, 17 de março de 2013

Seminário Regional de Educação Química

O evento “SEMINÁRIO REGIONAL DE EDUCAÇÃO QUÍMICA" ocorrerá nos dias 05, 06 e 07 de abril de 2013 nas dependências da UNEMAT de Barra do Bugres. 
Destina-se a divulgação de produções científicas realizadas na área de Química e afins, que apresentem: análises, experiências pedagógicas, novas tendências de ensino e a socialização de práticas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

ELABORAÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

MINI-CURSO

LEÃO, Marcelo Franco- UNEMAT/Mestrando do INSES

Público Alvo:
Acadêmicos dos Cursos de Licenciatura e Professores que atuam nas redes Municipal e Estadual de Ensino de Nova Olímpia e Região Médio Norte. 

Quantidade de pessoas:
Máximo de 40 participantes
Conteúdos:

Propriedades da matéria, características dos alimentos, das velas e das embalagens plásticas, pressão atmosférica, reflexão e refração da luz, condução de calor, indicadores de substâncias ácidas e básicas, reações químicas, combustão, poluição e preservação ambiental. 

Objetivos:


Pelas ações desenvolvidas espera-se: divulgar, sensibilizar, aprimorar e incentivar a utilização de materiais didáticos como importante recurso pedagógico para o ensino de Ciências da natureza tanto na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio.


Recursos necessários:
Data Show, caixa de som, materiais concreto para os experimentos, quadro branco, pincel, pastas e canetas esferográficas para distribuir aos participantes.

Descrição do Mini-curso:
Inicialmente ocorrerá dinâmica de apresentação e mensagem de sensibilização sobre a importância de novas práticas de ensino para tornar o aprendizado significativo. Os modelos didáticos representam uma forma lúdica de instigar os alunos a pensarem e produzirem novos conhecimentos. Serão apresentadas algumas práticas de ensino que utilizaram este recurso metodológico. Na seqüência teremos a elaboração, ensaio e construção de experimentos demonstrativos e interativos, para a exposição permanente, a partir da realização nesta oficina educativa. Pelas ações desenvolvidas espera-se divulgar, sensibilizar, aprimorar e incentivar o estudo das Ciências da natureza para a educação infantil e ensino fundamental. Os materiais didáticos e experimentos se valem de uma linguagem que estimula a imaginação, a investigação e o lúdico. Elegeu-se como linha norteadora o pensamento de Gaston Bachelard (1968), filósofo que potencializou a razão e a imaginação como aspectos alavancadores para a construção de significados e sentidos do mundo. No entendimento de Vygotsky (1987), a atividade criativa advém da função da imaginação, como uma ação relacionada com a interpretação da realidade, considerando suas experiências culturais. Portanto, além de Vygotsky (1987), é notável a perspectiva pedagógica junto ás idéias de Bachelard (1968). Novos sentidos são atribuídos ao processo de ensinar e aprender. Não cabe mais, nessa ótica, o entendimento behaviorista de aprendizagem. Como diz Chassot (2003, p.274) diz ”Procurar olhar a presença da história no nosso fazer Educação, ou mesmo contemplar a Ciência em geral, vai nos mostrar que esta não se desenvolve pela acumulação e descobertas individuais.”

Palavras-chave: Extensão . Materiais Didáticos. Demonstração conceitos científicos. Ciências e Matemática.
     

      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.BACHELARD, G. O novo espírito científico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,1968.
2.CHASSOT, Attico. Alfabetização Científica: Questões e Desafios para a Educação. Ijuí: Unijuí, 2003.
3.VYGOTSKY, L.S. Imaginacion y el arte en la infância. México,DF:Hispánicas, 1987.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

DANÇA DO CHORADO: DEMONSTRAÇÃO DE DOR E AMOR


DANÇA DO CHORADO: DEMONSTRAÇÃO DE DOR E AMOR
Marcelo Franco Leão
Zilma Maria Silva Marques Silva

RESUMO

O presente artigo é resultado do processo de intervenção pedagógica realizada como proposta de avaliação do Curso de Aperfeiçoamento “Relações Raciais e Educação na Sociedade Brasileira” promovido pelo NEPRE-IE/UFMT-UAB/SECAD. O objetivo foi conscientizar as pessoas sobre a importância das diferenças na composição de uma sociedade e evidenciar as muitas formas de superação que os negros têm apresentado frente às situações preconceituosas partindo do exemplo da Dança do Chorado. A metodologia adotada foi à pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo realizada em Vila Bela da Santíssima Trindade, de caráter qualitativo. A intervenção foi executada no CEJA “15 de Outubro”, localizado no município de Barra do Bugres – MT, com os alunos das turmas ID e IIIB do ensino médio noturno. A execução desse projeto justifica-se devido o tema fomentar a discussão saudável e a conscientização de quão importante é a diversidade e por ser importante conservar a história e as contribuições da cultura afro-brasileira. Os assuntos relacionados com a dança serviram para analisar situações humilhantes e constrangedoras relacionadas ao preconceito, sendo essas superadas quando manifestam-se os sentimentos.

Palavras-chave: Dança do Chorado, Relações Raciais, Preconceito.












INTRODUÇÃO

No contexto social em que vivemos, percebem-se agravantes problemas ligados ao preconceito e a discriminação racial, sendo que as mesmas situações são reproduzidas no ambiente escolar que é reflexo da sociedade. Observa-se que o desrespeito às diferenças vem crescendo assustadoramente e essa banalidade, que é anormal, exige providências para que não se admita como algo normal.
Os estudos e discussões em torno das questões raciais na educação e na sociedade ocorreram durante o decorrer do Curso de Aperfeiçoamento a Distância “Relações Raciais e Educação na Sociedade Brasileira”, promovido pelo NEPRE-IE/UFMT-UAB/SECAD, estudos estes que revelaram a necessidade de intervenções na realidade dessa sociedade preconceituosa e discriminatória da qual fazemos parte. Também se faz necessário evidenciar as inúmeras contribuições culturais dos negros para a sociedade brasileira.
As expressões estereotipadas e preconceituosas, conforme estudo de Müller (2010), ocorrem em diversos lugares como nos corredores das escolas, nas rodas de bate-papo, em praças ou ruas, nos programas de rádio ou TV, e causam seqüelas às vitimas que, dependendo da gravidade, poderão ser superadas, mas que na maioria das vezes geram complexos de inferioridade nem sempre aceitos, mas impostos pela sociedade.
A escola, por sua vez, tem um papel central nessa luta por constituir-se, conforme as palavras de Bandeira e Freire (2006) “agente fundamental de transformação”. Cabe as instituições educativas desenvolver práticas que possibilitem uma educação multicultural no trabalho social no sentido de viabilizar processos de construção de todas as formas de erradicação do racismo e discriminação e que se traduzam em práticas que considere o aluno como um agente transformador.
Compete a nós educadores intervir nas relações interpessoais daqueles indivíduos que constituem e formam a sociedade. Segundo Secchi e Gonçalves (2010), nosso desafio é ter uma postura que não hierarquize as diferenças, que as entenda e leve seus alunos a entender que onde estiverem, seja na sala de aula, seja no local de trabalho, ou até mesmo no convívio social, terão que saber respeitar as diversidades culturais e sociais.
Uma maneira eficaz de intervir nas relações de nossa sociedade é trabalhar a diversidade através do levantamento das heranças e contribuições deixadas pela cultura africana para nosso país, dando ênfase em aspectos que foram sendo construídos no decorrer da história e que ficam, muitas vezes, desapercebidos. Para Silva Filho (2010), são listadas como heranças culturais africanas geralmente o samba como música e dança, a capoeira como arte marcial, o candomblé como religião, a feijoada e outras comidas baianas como culinária. Na verdade, também é preciso mencionar que o andar bamboleante, o gingado, a expontaneidade nos gestos e no falar, o riso largo e farto, o gosto pelas cores vivas, alegres, vistosas das vestimentas, a música ritmada, os instrumentos de percussão, as comidas picantes, gordurosas e afrodisíacas são contribuições africanas na cultura brasileira. Também vale lembrar que os léxicos podem ser considerados contribuição africana para a Língua Portuguesa falada no Brasil.
Uma forma de expressar atualmente, através da arte, o quão intensa foi a influência africana em nossa cultura, ao mesmo tempo em que foi muito oprimida e rejeitada pelo branco, é a Dança do Chorado realizada exclusivamente por mulheres durante o cortejo da Festa do Congo em Vila Bela da Santíssima Trindade para expressar um fato triste da história de Mato Grosso quando, no período do Brasil colonial, as escravas dançavam com garrafas de Kangingin da cabeça para oferecer aos senhores de escravos, na tentativa de amenizar os castigos dos escravos que empreendiam fuga.
Entre tantos acontecimentos, assim como no antes mencionado, o que deve ficar bem claro é que o povo negro sempre encontrou uma forma de driblar o preconceito e, devido à sua criatividade, muitas foram as contribuições deixadas para a cultura brasileira. Em Vila Bela da Santíssima Trindade foi intensa a presença e atuação dos negros chegados da África, nascidos no Brasil, sendo como caborés, escravos ou forros. Nos estudos de Ferreira (2001), o crescimento de Vila Bela foi gradativo após sua instituição como capital em 1751 e teve como fator de sua composição étnica, os negros oriundos da África para o trabalho escravo, além dos migrantes brancos das diversas áreas da Colônia. Conforme descreve os Anais de Vila Bela, desde os primórdios, a colonização de Vila Bela e arredores foi branca e negra, pois é impressionante o registro do número e da importância relativa dos negros em todas as atividades desenvolvidas, das econômicas às religiosas, das culturais às militares, das sociais às religiosas. Esse documento descreve também sobre os negros que se rebelavam contra a escravidão, negros fugidos e quilombolas.
Torna-se claro que as fugas eram constantes, os fugitivos buscavam abrigo nas áreas de domínio espanhol ou nos quilombos. Isso mostra uma extraordinária experiência da luta pela liberdade que se travou em Mato Grosso. Segundo Siqueira (2002), um dos locais mais procurados pelos negros fugitivos era o Quilombo do Piolho ou Quariterê, situado na região do Rio Guaporé, quilombo esse erguido entre 1770 a 1771, constituído de uma aldeia composta por negros escravizados, índios, crioulos e caburés e que foi governado por muito tempo pela rainha Teresa de Benguela, viúva do antigo rei José Piolho.
Aos escravos fugitivos que eram capturados, severas penas e castigos eram aplicados. Nessa época que surge a Dança do Chorado ou Chorada, dança africana genuinamente da região de Vila Bela da Santíssima Trindade. Para Ferreira (2001), a dança surgiu no período colonial/imperial, quando escravos fugitivos ou transgressores eram aprisionados e castigados pelos Senhores e seus entes queridos solicitavam seu perdão e libertação dançando o chorado, em que muitas vezes eram atendidos. Segundo ele, com o passar dos tempos a dança passou a ser realizada ao final da festa de São Benedito pelas mulheres que trabalhavam na cozinha. A coreografia tem um ponto diferente de outras danças mato-grossenses, devido ao equilíbrio das garrafas na cabeça das dançarinas. Elas procuravam manter a garrafa na cabeça, para mostrar que estão sóbrias, isto é, apesar da festança ninguém está embriagado e sim orgulhosos de sua história. Atualmente a Dança do Chorado é executada pelos componentes do Instituto Teresa de Benguela, como referência cultural do estado de Mato Grosso.
Hoje em dia a luta do negro não é pela libertação da escravidão e sim pela erradicação do preconceito e discriminação que ocorrem constantemente na sociedade assim como no ambiente escolar. Nesta luta, uma importante estratégia para combater o racismo é através da arte, pois através dela o ser humano expressa o que possui de mais íntimo. Para Firmo (2010), por meio da arte o indivíduo constrói um conhecimento sobre si mesmo, sobre os outros e sobre o mundo que o cerca. A criatividade, a espontaneidade e a sensibilidade são uma fonte de prazer e de experiência para a vida.
O convívio em uma sociedade com tanta diversidade como a nossa nem sempre é pacífico e isso faz com que surgem problemas como a discriminação e a desigualdade racial requerendo que intervenções sejam realizadas. A sociedade deve superar o preconceito e isso dependerá do enfoque e da maneira de intervenção nela desenvolvida. Trabalhar as diferenças portanto, é fundamental valorizar as diferentes histórias assim como as contribuições deixadas por cada povo a nossa sociedade e isso estimulará um convívio pacífico e respeitoso entre seus membros. Para que esse resultado fosse alcançado, propôs-se desenvolver o projeto de intervenção com a temática “Dança do Chorado e a luta do negro contra a discriminação em Mato Grosso”.
Como afirmou Firmo (2010), a dramatização pode ser um momento riquíssimo para trazermos ao público à cena as manifestações discriminatórias e suas conseqüências, bem como possibilita aos participantes vivenciarem os seus conflitos, liberarem tensões e elaborarem criativamente novas formas de solução para conflitos cotidianos na sociedade.
Realizar essa intervenção foi colocar em prática o que está proposto na Lei 10.639/2003, em seu artigo 26, no inciso primeiro ao tornar obrigatório o ensino da luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil, o que nem sempre ocorre de fato nas escolas salvo datas comemorativas como 13 de maio ou 20 de novembro.
Justifica-se a execução desse projeto por motivações relevantes. Uma motivação refere-se ao fato de que as relações firmadas no ambiente escolar devem ser respeito às diferenças. Também, por ter sido um tema que fomenta a discussão saudável e a conscientização de quão importante é a diversidade.
Outra motivação se deu ao fato de que a clientela do Centro de Educação de Jovens e Adultos, doravante denominado CEJA “15 de Outubro”, lócus de execução do projeto em que resultou este artigo, é composta de jovens e adultos, cuja maioria é afro-descendente e reside no bairro Maracanã da cidade de Barra do Bugres – MT, que é reconhecida como um quilombo urbano.
















MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização desse projeto alguns recursos se fizeram necessário tais como: textos e imagens sobre o tema; ônibus, pousada e guia turístico; equipamentos áudios-visuais entre eles computadores, máquinas fotográficas, caixa de som, microfones, data show; cenário, figurino e atores.
A pesquisa bibliográfica foi imprescindível para embasar teoricamente o estudo e a elaboração deste projeto. O uso de computadores, da internet e do material disponibilizado via plataforma moodle pelo curso de relações raciais e educação na sociedade brasileira, se fizeram necessários por serem maneiras eficazes para buscar um entendimento maior do conteúdo levantado.
O projeto de intervenção “Dança do Chorado e a luta do negro contra a discriminação em Mato Grosso” foi executado no Centro de Educação de Jovens e Adultos, CEJA “15 de Outubro”, com os alunos das turmas ID e IIIB do ensino médio noturno. Ele foi desenvolvido durante as aulas de Química, bem como nas oficinas pedagógicas da área de Ciências Naturais, Matemática e suas tecnologias, no decorrer do 3º trimestre. Após executado, o mesmo foi estendido para toda a escola, bem como para a sociedade barra-bugrense.
A duração do projeto foi de quatro meses, iniciou-se no mês de setembro e seu término estava previsto para dezembro de dois mil e dez. Os instrumentos de coleta de dados para a realização deste trabalho constituíram-se de observação dos participantes, os fatos históricos ocorridos no Estado, as visitas de campo, os relatos de depoimentos, também foram promovido debates e divulgação de resultados através da mídia local e culminado com um evento cultural realizado pela escola na semana da Consciência Negra pela dramatização da Dança do Chorado.







RESULTADOS E DISCUSSÕES

Realizando a visita de campo em Vila Bela da Santíssima Trindade foi possível coletar dados reais de como se estabelecem as relações raciais na sociedade mato-grossense ao longo de sua história. Esses fatos serviram para entender como a sociedade adquiriu posturas preconceituosas e racistas ao longo dos anos. Constatou-se também que Vila Bela da Santíssima Trindade tem um elevado índice de negros em sua composição.
De acordo com os mais recentes dados do IBGE, 74% dos vilebelenses são negros ou mulatos, um contingente que continua unido e cultivando suas tradições. Segundo moradores, o fato de Vila Bela ter sido administrada por negros, desde o século passado, criou por lá gerações sem complexos de inferioridade e orgulhosa de sua cor. Outro fator que contribui para esse sentimento de pertencimento de seus moradores se dá ao fato que a localização geográfica, de certa forma isolada, evitou a miscigenação e preservou o sentimento de pertencimento e de auto-atribuição nos negros que lá residem. Essa característica vem de encontro ao afirmado por Müller (2010) no que se refere a influência das expressões estereotipadas no sentimento de pertencimento e auto-atribuição.
Os fatos ocorridos em Vila Bela da Santíssima Trindade foram trazidos para discussão, na escola, através dos estudos dos Anais de Vila Bela e dos depoimentos recebidos na visita de campo. Esses depoimentos recebidos por pessoas remanescentes do Quilombo do Piolho em Vila Bela da Santíssima Trindade foram verdadeiras lições de vida, pois mostraram como superar desprezo, maus tratos e humilhações quando se está frente uma situação desigual de poder. Conforme Ferreira (2001), os negros muito influenciaram na sociedade nesses últimos 254 anos, seja no setor econômico, social ou cultural, não só em Vila Bela, mas em toda formação de Mato Grosso.
Na escola aconteceram depoimentos de pessoas convidadas, tais como: professores, alunos, ex-alunos e empresários, todos afro-descendentes com experiências de vida bem sucedidas no combate ao preconceito vivenciado no ambiente escolar ou na sociedade.
Quando assistimos ao filme “Vista minha pele”, várias foram as reflexões e discussões em torno da mentalidade preconceituosa embutida na população e as seqüelas que tais ações deixam às vítimas. Os alunos puderam expressar seu ponto de vista sobre o assunto e relataram como se sentiam quando se viram vítimas de ações preconceituosas. Isso possibilitou que alguns fatos ocorridos na escola e na sociedade na qual estamos inseridos fossem levantados e discutidos. A escola deve ser de fato esse agente fundamental de transformação, como afirma Bandeira e Freire (2006).
Outra ação que surtiu um bom resultado foi a expressão artística do teatro, que foi, sem dúvidas, um momento riquíssimo para trazermos ao público à cena dessas manifestações discriminatórias que ocorreram na história de Mato Grosso. A criatividade associada às expressões artísticas sempre trarão bons resultados na superação do preconceito conforme as palavras de Firmo (2010). Esse teatro possibilitou também aos participantes que vivenciassem os seus conflitos, liberarem tensões e elaborarem criativamente novas formas de solução para conflitos cotidianos na própria escola.
Os assuntos relacionados com a dança serviram para analisar como a situação era humilhante e constrangedora, devido às pessoas terem que se exporem daquela forma e até oferecer seus corpos para não serem penalizados. Outros elementos da dança, como o equilíbrio da garrafa na cabeça, foram debatidos e interpretados que até hoje se atribui ao negro o fator da embriaguês, pois essa manifestação cultural não está atrelada ao passado, mas sim, ao olhar crítico da sociedade nas questões raciais.
A dramatização da Dança do Chorado realizada pelos alunos da fase III B do Ensino Médio do CEJA “15 de Outubro”, durante a realização do momento cultural de consciência negra, realizado na escola dia 17/11/2010, 3º trimestre, foi um sucesso, pois evidencia uma das inúmeras contribuições culturais trazidas pelos afro-descendentes na formação da sociedade mato-grossense. Esta dança que recorda um fato triste de nossa história, tendo em vista que as escravas dançavam com uma garrafa de Kangingin  na cabeça cuja bebida elas ofereciam aos senhores de escravos na tentativa de diminuir a pena dos escravos que empreendiam fuga. Os depoimentos dos participantes após a apresentação demonstraram experiências bem sucedidas no combate ao preconceito vivenciado no ambiente escolar ou na sociedade.
Na noite do dia 18/11/2010, ocorreu na Praça Ângelo Maçon a comemoração da consciência negra organizado pela secretaria municipal de educação através do departamento de cultura. O CEJA “15 de Outubro” se vez representar pela apresentação da dramatização da Dança do Chorado e pelo depoimento da aluna Jovanice, momento esse que repercutiu na cidade através das pessoas que lá se fizeram presente, bem como pelas emissoras de rádio e TV local que muito comentaram sobre a bela participação do CEJA. Dessa forma, apresentamos à sociedade barrabugrense parte das inúmeras heranças culturais deixadas pelos afro-descendentes à cultura brasileira que segundo Silva Filho (2010) a muitos é desconhecida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todos os momentos de reflexão e de discussão sobre a mentalidade preconceituosa embutida na população relevaram que o racismo é uma construção social que necessita ser desfeita para que as seqüelas de tais ações não tragam complexos às vítimas. Os depoimentos expressaram experiências de vida de pessoas afro-descendentes que foram bem sucedidas no combate ao preconceito vivenciado no ambiente escolar e/ou na sociedade.
A manifestação cultural “Dança do Chorado” é uma demonstração de dor e amor e isso pode ser observado desde sua versão origem, que foi no período colonial, pois naquele momento de sofrimento para todos os escravos oferecer-se ao senhor de escravos – que era o inimigo – seja pela dança, seja pelos gestos ou pelas insinuações em favor do outro é manifestação de intensa afetividade e apresso pelo seu semelhante.
Em síntese, valorizar a história e a cultura afro-brasileira através da pesquisa, discussão e dramatização da Dança do Chorado perpassa simplesmente cumprir a Lei 10.369/2003, pois nos levou a conhecer, respeitar e adimirar o diferente, o que mostra a importância da diversidade cultural, possibilitou também analisar o convívio social em Mato Grosso e o quanto ainda precisamos avançar para estabelecer relações pacíficas e respeitosas nessa sociedade.


















REFERÊNCIAS

ANAIS DE VILA BELA 1734-1789/ Janaína Amaro, Leny Caselli Anzai, organizadoras; revisão e notas Luiz Carlos Figueiredo; prefácio Paulo Pitaluga Costa e Silva. Cuiabá: Carlini & Caniato: EdUFMT, 2006.
BANDEIRA, Maria de Lourdes; FREIRE, Otávio. Antropologia – Três categorias do pensamento antropológico. Cuiabá: EdUFMT, 2006.
BRASIL. Lei 10.639 de 09 de janeiro de 2003. Brasília: Diário Oficial da União, 10 de janeiro de 2003.
FERREIRA, João Carlos Vicente. Mato Grosso e Seus Municípios/ João Carlos Vicente Ferreira. Cuiabá: Secretaria de estado da Educação, 2001.
FIRMO, Yandra. As relações raciais e diversidade no cotidiano escolar. Estratégias de combate ao racismo / Edenar Monteiro, Ivone Jesus Alexandre, Yandra Firmo, Maristela Abadia Guimarães, Maria Lúcia Rodrigues Müller (org.). Cuiabá: EdUFMT, 2010.
MÜLLER, Maria Lúcia Rodrigues. Pensamento social brasileiro e a construção do racismo. 2ª Ed./ Maria Lúcia Rodrigues Müller. Cuiabá: UAB/EdUFMT, 2010.
SECCHI, Darci. Tópicos sobre diferenças. 2.ed. ver. E ampliada./Darci Secchi; Vanda Lúcia Sá Gonçalves; Maria Lúcia Rodrigues Müller(org). Cuiabá: UAB/EdUFMT, 2010.
SILVA FILHO, José Barbosa da. Apontamentos Sobre a História do Negro no Brasil. 2.ed./ José Barbosa da Silva Filho, Maria Lúcia Rodrigues Müller (org.). Cuiabá: EdUFMT, 2010.
SIQUEIRA, Elizabeth Madureira. História de Mato Grosso – Da ancestralidade aos dias atuais/ Elizabeth Madureira Siqueira. Cuiabá: Entrelinhas, 2002.


domingo, 7 de novembro de 2010

O uso das TICs na investigação e divulgação da composição química do Kangingin


NOME DA ESCOLA: CEJA “15 de Outubro”
NOME DO PROFº. RESP.: Marcelo Franco Leão
DISCIPLINA: Química
NOME DO GRUPO: fases ID e IIIB do Ensino Médio
TEMA: O uso das tecnologias de comunicação e informação na investigação  e divulgação da composição química do Kangingin
OBJETIVO: Investigar a composição química de uma substância com valor cultural para o Estado de Mato Grosso via internet e divulgar o resultado da pesquisa através da utilização das TCIs.
DESENVOLVIMENTO:
Desenvolvendo o projeto “Mato Grosso” no CEJA 15 de outubro, foi formado uma comitiva de professores e alunos da escola para visitar Vila Bela da Santíssima Trindade que foi a primeira capital da província. Quando as raízes culturais desse Estado são levantadas, fatos e acontecimentos marcantes como a Dança do Chorado e o Kangingin servido durante a Festa do Congo são evidenciados.
A bebida Kangingin foi a nós apresentada como afrodisíaca e esse fato despertou a curiosidade dos alunos em saber quais motivos. Foi desenvolvido então um estudo via internet utilizando os PCs do Laboratório de Informática da escola.
O uso do computador e da internet se fizeram necessários por serem maneiras eficazes para buscar um entendimento maior do conteúdo ministrado. Da pesquisa surgiram várias idéias de como divulgar os resultados utilizando a mídia que dispomos.

RESULTADO OBTIDO:
            Alguns dados sobre o Kangingin foram levantados:
Ø    O Kangingin, considerado uma herança cultural do estado, é um licor de origem africana consumido nos festejos da Dança do Congo. Sua produção é artesanal e tem como componentes químicos a cachaça (etanol), o mel (aminoácidos, sacarose, vitaminas A, B1, B2, B5, C e sais  minerais), a canela (eugenol) , a erva-doce (anetol e proteínas), o gengibre (gingerol), o cravo-da-índia (eugenol) e um ingrediente secreto.
Ø    O seu teor alcoólico é de aproximadamente 30% e devido conter esses ingredientes, o Kangingin apresenta várias propriedades medicinais das quais se destacam as ações tônica, vasodilatadora e estimulante da circulação periférica o que torna a bebida um excelente energético e um afrodisíaco imbatível.
A divulgação dos resultados se deu de diversas formas:
Ø    Pela dramatização da Dança do Chorado realizada pelos alunos da fase III B do Ensino Médio do Ceja 15 de Outubro durante a realização do momento cultural de culminância do trimestre, dança esta que recorda um fato triste de nossa história, tendo em vista que as escravas dançavam com uma garrafa de Kangingin  na cabeça cuja bebida elas ofereciam aos senhores de escravos na tentativa de diminuir a pena dos escravos que empreendiam fuga;
Ø     Pelo Kangingin preparado e serviço pelos alunos da fase I D do Ensino Médio do Ceja 15 de Outubro durante esse mesmo sábado cultural que compôs o projeto Mato Grosso e resgatou as origens mato-grossense;
Ø    Pelos murais da escola e pelos slides apresentados durante essa noite cultural;
Ø    Pela imprensa local que divulgou a matéria pelo site: http://barra1.com.br/index.php?pg=noticia&id=2507
O resultado trazido por essa experiência pedagógica foi surpreendente, pois essa é uma bebida de inúmeros valores não só nutritivos como também da cultura de um povo e essas informações só foram possíveis de serem levantadas pelos alunos através da utilização de diversos recursos áudio-visuais de comunicação e informação.

FERRAMENTAS VIRTUAIS E EXPERIMENTAIS NO APRENDIZADO DE QUÍMICA


NOME DA ESCOLA: CESC – Centro Educacional Santa Cruz
NOME DO PROFº. RESP.: Marcelo Franco Leão
DISCIPLINA: Química
NOME DO GRUPO: Turma do 1º ano do Ensino Médio
TEMA: Utilização de TCIs no ensino de Química na escola Cesc e criação de um grupo de discussão via internet
OBJETIVO: Propiciar o desenvolvimento da leitura e escrita científica através da utilização de TCIs e discutir as dúvidas ou questionamento bem como as curiosidades levantadas pelos alunos sobre determinado acontecimento do seu contexto relacionado com o aprendizado em química.
DESENVOLVIMENTO:
           
            Para problematizar o assunto e dar início ao processo, foi assistido um vídeo sobre a importância da química na atualidade. Também foram apresentado alguns conceitos e combinados em sala de aula de uma maneira expositiva e prática. Alguns questionamentos foram levantados o que levou ao desenvolvimento da pesquisa.  O uso do computador e da internet se fizeram necessários por serem maneiras eficazes para buscar um entendimento maior do conteúdo  ministrado.
Para a  gerar o  grupo de discussão foi  utilizada  a  plataforma  “Google  Grupos”  (http://groups.google.com). Um convite foi gerado e enviado para os e-mails dos participantes do grupo, no caso os alunos do 1º ano do ensino médio da escola Cesc.
Durante esse processo de aprendizagem também foram proporcionadas à esses alunos aulas experimentais com material concreto cujos ensaios abordavam os fenômenos investigados.
 Para desenvolver essa experiência alguns materiais foram utilizados: Vídeo, TV, PCs, Internet, plataforma google grupos,  recursos pedagógicos da sala do professor, máquina digital, Data Show e os site http://barra1.com.br e http://www.cescnanet.com.br

RESULTADO OBTIDO:
            Estão elencados abaixo alguns resultados dessa experiência pedagógica:
            * Os alunos que não tinham e-mail criaram o seu e isso viabilizou a comunicação via internet que é eficaz e ágil . Aqueles que já tinham e-mail de outras empresas criaram contas no g-mail o que viabilizou a participação no Grupo de discussões e mais um endereço para sua comunicação pessoal.  
            * Pelo grupo de discussão vários conhecimentos foram ampliados. Pela pesquisa virtual vários conceitos se tornaram conhecidos e apresentados de múltiplas formas.
            * A internet não foi só uma fonte de referência para pesquisa  mas também um recurso pedagógico elucidativo os fenômenos químicos que serviu de via de comunicação entre o professor e os alunos. Através dela foi oferecido um ambiente mais envolvente e dinâmico para o aluno, o que o levou a desenvolver suas habilidades cognitivas e aprender de uma maneira diferente daquela tradicional passada em sala de aula.
            * Durante esse processo também foi proporcionado aulas experimentais com material concreto que possibilitou confrontar as teorias até então pesquisadas com a realidade cotidiana. Nesse sentido, o registro das atividades realizadas pelo uso da máquina digital e a divulgação dos resultados pelos sites: http://barra1.com.br e http://www.cescnanet.com.br
Buscando conciliar o ensino da Química em sala de aula com a prática, além de inserir novas tecnologias no ambiente escolar e promover discussões via internet em relação ao conteúdo, conclui-se que essa experiência pedagógica é um caso de sucesso por auxiliar no processo pedagógico, é uma alternativa aplicável e que traz benefícios para o ensino de Química, fazendo com que o aluno demonstre mais interesse pela disciplina bem como por seu conteúdo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dança do Chorado e composição química do Kangingin

A dramatização da Dança do Chorado e o Kangingin preparado e serviço pelos alunos das fases I D e III B do Ensino Médio do Ceja 15 de Outubro, ocorridos durante a realização do terceiro sábado cultural que compôs o projeto Mato Grosso, resgatou as origens mato-grossense desde o período colonial quando a então província teve como primeira capital Vila Bela da Santíssima Trindade.
A Dança do Chorado recorda um fato triste de nossa história, tendo em vista que as escravas dançavam com uma garrafa de Kangingin  na cabeça cuja bebida elas ofereciam aos senhores de escravos na tentativa de diminuir a pena dos escravos que empreendiam fuga.  
O Kangingin, considerado uma herança cultural do estado, é um licor de origem africana consumido nos festejos da Dança do Congo. Sua produção é artesanal e tem como componentes químicos a cachaça (etanol), o mel (aminoácidos, sacarose, vitaminas A, B1, B2, B5, C e sais  minerais), a canela (eugenol) , a erva-doce (anetol e proteínas), o gengibre (gingerol), o cravo-da-índia (eugenol) e um ingrediente secreto.
O seu teor alcoólico é de aproximadamente 30% e devido conter esses ingredientes, o Kangingin apresenta várias propriedades medicinais das quais se destacam as ações tônica, vasodilatadora e estimulante da circulação periférica o que torna a bebida um excelente energético e um afrodisíaco imbatível.

“Quando cheguei no estado de Mato Grosso me comentaram de uma bebida afrodisíaca típica do estado, mas como não havia dela provado e tampouco  analisado sua composição não dei muita importância passando esse fato ser a mim despercebido. Desenvolvendo o projeto “Mato Grosso”, integrei uma comitiva de professores e alunos da escola na visita a Vila Bela da Santíssima Trindade que foi a primeira capital da província e lá tive a satisfação de conhecer as raízes culturais desse estado o que me levou a desenvolver um estudo sobre a composição química do Kangingin e os benefícios que essa mistura de substâncias trás para o organismo. O resultado foi surpreendente pois essa é uma bebida de inúmeros valores não só nutritivos como também da cultura de um povo.”

Professor Marcelo Franco Leão – Professor de Química
Ceja 15 de outubro

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Experimentos de Química despertam a curiosidade e o interesse dos alunos

            No decorrer do 3º bimestre desse ano letivo, aconteceram muitas atividades experimentais de Química na escola CESC (Centro Educacional Santa Cruz) durante as aulas ministradas pelo professor Marcelo Franco Leão.
            Os alunos do Ensino Médio, através de ensaios utilizando materiais concretos, puderam comprovar as teorias estudadas e, dessa forma, aproximar os conceitos, até então abstratos, de suas práticas cotidianas. Um diferencial para alcançar esses resultados foi a utilização de tecnologias de informação e comunicação (TCIs) através da criação de um grupo de discussão via internet com os alunos da turma do 1º ano que puderam acessar arquivos sobre o assunto e postar comentários e dúvidas.
            Os experimentos realizados foram:
ü     Ionização do sal por meio da reação com água que formou eletrólitos capazes de conduzir corrente elétrica;
ü     Verificação do comportamento de alguns materiais, como o vidro, o papelão, a água pura, a madeira, o cloreto de sódio, sólido e em meio aquoso, o metal, o tecido e o plástico, frente à permissão do fluxo ordenado de elétrons, o que determina se o material é isolante ou condutor;
ü     Identificação do pH de substâncias como o suco de limão, o vinagre de álcool, a soda cáustica, o bicarbonato de sódio, o alvejante, a saliva humana e a água, para determinar se o caráter de cada uma é ácido       ( pH < 7), neutro(pH = 7) ou alcalino(pH> 7). Isso foi possível devido a utilização dos indicadores fenolftaleína, extrato de repolho roxo e papel tornassol;
ü     Reações químicas de precipitação e formação de sal duplo por via seca, utilizando sulfato de cobre e cloreto de sódio, notando que a coloração do produto foi alterada, comprovando assim sua ocorrência.
Esses ensaios experimentais estarão sendo realizado novamente durante a Expo-Cesc, evento que acontecerá no mês de Outubro, no qual os alunos apresentarão à comunidade escolar os trabalhos mais significativos que desenvolveram.
“Tudo o que verificamos pela utilização prática torna-se mais atraente e mais fácil de ser assimilado e, quando o aprendizado é significativo, jamais será esquecido.”